Exploração da Matemática Presente em Jogo de Damas: Uma Contribuição para o Ensino da Matemática
DOI:
https://doi.org/10.54580/R0502.09Palavras-chave:
Jogo de Damas, Ensino da Matemática, EtnomatemáticaResumo
A aversão à matemática, que os alunos de distintas faixas etárias manifestam, preocupa ou desafia os matemáticos e/ou professores de matemática a desenvolverem estudos que possam melhorar as aprendizagens matemáticas dos alunos ou promover o interesse em aprender a matemática. O “descongelamento” da matemática recôndita em diversos jogos pode contribuir para dar uma visão diferente da matemática. O presente artigo visa identificar tópicos matemáticos “congelados” em jogos de damas praticados em Angola, em particular no Município de Menongue, Província do Cuando Cubango, que são ministrados no ensino primário e secundário. A investigação insere-se no campo de etnomatemática e, tendo em conta a sua natureza, usou-se a metodologia qualitativa apoiada à entrevista semiestruturada, à observação directa, ao registo fotográfico. Participaram no estudo onze (11) indivíduos da comunidade (ou praticantes de jogo de Damas) do Município de Menongue (Cuando Cubango). Fez-se a descrição das três versões de jogos de damas (12 por 12; 10 por 10 e 8 por 8), elaborou-se algumas questões que nortearam esta investigação (Porque é que a estrutura do jogo de damas tem o mesmo número de linhas e colunas? Porque é que os jogadores ao colocarem as peças de damas no meio deixam sempre duas linhas vazias? Porque é que o somatório de linhas e colunas é igual ao número par? Porque é que cada casa pintada do tabuleiro do jogo de damas corresponde a um número ímpar?) e, por fim, explorou-se alguns conceitos matemáticos envolvidos em referido jogo (como, por exemplo, a noção do plano cartesiano, rectas diagonais, distância entre dois pontos, mediana (elemento da Estatística), números pares e ímpares).
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