Rainha Ginga Mbandi: elo identitário entre Angola e Brasil
DOI:
https://doi.org/10.54580/R0201.08Palavras-chave:
Rainha Ginga Mbandi, Angola, Brasil, Resistência, IdentidadeResumo
Ginga Mbandi Kakombe foi a mais notável rainha angolana. Esta mulher de personalidade ímpar governou os reinos do Ndongo e da Matamba durante o período em que os seus territórios estavam sendo invadidos pelas tropas portuguesas, entre 1623 e 1663. Naquele contexto complexo e difícil, a rainha guerreira precisou se valer de diferentes artimanhas para continuar no poder e manter a soberania de sua pátria. Ela foi uma monarca de protagonismo relevante durante o século XVII, ficando sua figura marcada na memória dos ambundu e de todos os povos por onde seu nome heróico se fez presente. No Brasil, a Rainha Ginga tem um lugar de destaque nas manifestações culturais afrobrasileiras, pois os seus súditos, que para cá vieram, fizeram questão de trazer na bagagem cultural a reverência à soberana que enfrentou os portugueses e honrou o seu povo. Neste trabalho, buscou-se iluminar a figura da Rainha Ginga através das suas representações na história e na literatura, portanto, o método utilizado foi a literatura comparada. Justificamos esta pesquisa pela necessidade de mostrar que os angolanos foram protagonistas efetivos de sua própria história e auxiliaram também a construir o Brasil que conhecemos hoje. O objetivo desta pesquisa, portanto, é apresentar a Rainha Ginga Mbandi Kakombe como elemento identitário e de convergência para Angola e Brasil, demostrando que as duas nações são irmãs.
Downloads
Referências
Agualusa, J. E. (2015). A Rainha Ginga: e de como os africanos inventaram o mundo. Rio de Janeiro: Editora Foz.
Arruda, J. R. de A. (1982). História Moderna e Contemporânea. 14. edição. São Paulo: Ática.
Cadornega, A. de O. de (1972). História Geral das guerras Angolanas. Agência Geral das Colônias. I, II e III Tomos.
Eliade, M. (1992). O sagrado e o profano. Tradução Rogério Fernandes. São Paulo: Martins Fontes.
Fonseca, M. B. (2012). Njinga Mbandi e as guerras de resistência em Angola do século XVII. (Tese Doutorado, USP). Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14032013-094719/pt-br.php
Fonseca, M. B. (2014). Nzinga Mbandi conquista Matamba: legitimidades e poder feminino na África Central. Século XVII. Anais eletrônicos do XXII Encontro Estadual de Histórias da ANPUH – SP: Santos.
Glasgow, R. Nzinga (1982). Resistência africana à investida do colonialismo português em Angola, 1582 - 1663. São Paulo: Perspectiva.
Gomes, P. M. (1971). História do Brasil. 1. Edição. Belo Horizonte: Livraria lê LTDA.
Hollanda, S. B. de (1971). História do Brasil: curso moderno. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
Kwononoka, A. (2014). “Njinga Mbandi, Fonte Inspiradora da Mulher Angola”. En Mata, I. (Org.). A Rainha Nzinga Mbandi: história, memória e mito. 2. ed. Lisboa: Edições Colibri.
Maia, T. H. (2019). Representações da Rainha Ginga no Carnaval Carioca. XV Enecult – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura – BA: Salvador.
Parreira, A (2003). Breve Cronologia da História de Angola. Luanda: Editorial Nzila.
Remak, H. H. H. (1994). Literatura comparada: definição e função. In: Coutinho, E. F., Carvalhal, T. F. Literatura Comparada. Textos fundadores. Rio de Janeiro: Rocco. p.175-190.
Silva, J. (1943). História do Brasil para o Quarto Ano Ginasial. São Paulo – SP: Companhia Editora Nacional.
Voltaire (2008). Dicionário Filosófico. Tradução Ciro Mioranza e Antônio Geraldo da Silva. São Paulo: Editora Escala.
Weber, P. M. (2011). Nzinga Mbandi: representações de poder e feminilidade na obra do padre Cavazzi de Montecúccolo. AEDOS. 7(3), 97-110.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.