Apropriação Nacional das Noções de Cidadania e de Paz Face à Agenda Internacional no Contexto do Pós-guerra Civil em Angola
DOI:
https://doi.org/10.54580/R0502.02Palavras-chave:
Agenda internacional, Apropriação nacional, Cidadania, Guerra civil, PazResumo
Este estudo, que tem como problemática a repolitização dos conceitos de cidadania e de paz e a sua utilização analítica conjunta, visa mostrar em que medida é que a apropriação nacional das noções de “cidadania” e de “paz” é condicionada pela agenda internacional, após o fim da guerra civil em Angola em 2002. Este estudo é uma abordagem qualitativa, de cunho teórico, desenvolvido através de pesquisa bibliográfica exploratória. Os resultados indicam que, em Angola, a apropriação do termo “paz” associa-se à apropriação do termo “cidadania” só depois do fim da guerra civil e, do ponto de vista instrumental, ganha algum relevo na sequência do nascimento de uma nova jurisdição constitucional que muda várias das regras políticas do país e posiciona o cidadão numa imensa esfera de espaços públicos, mas condicionada pela agenda internacional. A partir desses resultados, concluímos que, no contexto pós-guerra, verifica-se mais a existência de continuidades do que de rupturas relativamente à necessidade de endogenia da apropriação dos conceitos de cidadania e de paz e ao aprofundamento do posicionamento dos actores nacionais e locais dentro da dimensão do Estado-nação.
Downloads
Referências
Brahimi, L. (2007). State building in crisis and post-conflict countries. In 7th Global Forum on Reinventing Government, Building Trust in Government (pp. 26-29). Viena: s/e.
Chambers, R. (1983). Rural development. Putting the last first. London: Pearson.
Chandler, D. (2005). Introduction: peace without politics. In International Peacekeeping (pp. 307-321), n. º 12 (3).
Chandler, D. (2006). Empire in denial. The politics of state-building. London: Pluto Press.
Chandler, D. (2010). International state-building: the rise of post-liberal governance. Abingdon: Routledge.
Chesterman, S. (2007). Ownership in theory and in practice: transfer of authority in UN State building operations. In Journal of intervention and state building (pp. 3-26), n. º 1 (1).
Cornwall, A. (2002). Making spaces, changing places: situating participation traditional peacebuilding. In Palgrave Advances in Peacebuilding (347-366). London: Macmillan.
Donais, T. (2012). Peace building and local ownership. Post-conflict consensus-building. Conflict, development and peace building. London: Routledge.
Eyben, R., e Ladbury, S. (2006). Building effective states: taking a citizen’s perspective. In Development Research Centre on Citizenship, Participation and Accountability (s/p). Brighton: s/e.
Friedmann, J. (1992). Empowerment: the politics of alternative development, Oxford: Blackwell.
Fukuyama, F. (2004). State-building, governance and world order in the twenty-first century. London: Profile Books.
Goldschmidt, V. (1963). Tempo lógico e tempo histórico na interpretação dos sistemas filosóficos: a religião de Platão. São Paulo: Difusão Europeia do Livro.
Held, D. (1995). Democracy and the global order: from the modern state to cosmopolitan governance. Stanford: Stanford University Press.
Hughes, C., e Pupavac, V. (2005). Framing post-conflict societies: international in development. In Institute of Development Studies Working (s/pp). Brighton: s/e.
Ki-Moon, B. (2009). Report of the Secretary-General on peacebuilding in the immediate aftermath of conflict. New York: UN A/63/881-S/2009/304.
Mac Ginty, R. (2010). Gilding the lily? International support for indigenous and pathologisation of Cambodia and the post Yugoslav States. In Third World Quarterly (pp. 873-889), n.º 26 (6).
Mac Ginty, R., e RichmonD, O. P. (2013). The local turn in peace building: a critical agenda for peace. In Third World Quarterly (pp. 763-783), n. º 34 (5). Paper n.º 170.
Narten, J. (2009). Dilemmas of promoting “local ownership”: the case of postwar Kosovo. In R. Paris e T. D. Sisk (orgs.). The dilemmas of state building: confronting the contradictions of post-War peace operations (pp. 252-283). Abingdon: Routledge.
Paris, R. (2004). At war’s end: building peace after civil conflict. Cambridge: Cambridge University Press.
Paris, R., e Sisk, T. D. (2009). Introduction: understanding the contradictions of post-war state building. In R. Paris e T. D. Sisk (orgs.). The dilemmas of state building: confronting the contradictions of post-war peace operations (pp. 1-20). Abingdon: Routledge.
Pouligny, B. (2006). Peace operations seen from below: UN Missions and local people. Bloomfield: Kumarian Press.
Pouligny, B. (2009). Supporting local ownership in humanitarian action. In Global Public Policy Institute - Humanitarian Policy Paper Series. Berlin: AZ Druck und Datentechnik.
Ramsbotham, O., Miall, H., e Woodhouse, T. (2011). Contemporary conflict resolution. (3.ª ed.). Cambridge: Polity Press.
Reich, H. (2006). “Local ownership” in Conflict Transformation Projects. Partnership, Participation or Patronage? In Bergof Research Center for Constructive Conflict Management. Berlin: Occasional Paper.
Richmond, O. P., e Franks, J. (2009). Liberal peace transitions: between state building and peace building. Edinburgh: Edinburgh University Press.
Schmitt, C. (2009). El Concepto de lo político. (trad. de R. Agapito). Madrid: Alianza Editorial.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.